A VAIDADE
A vaidade de tão teimosa que era
Foi definhando rapidamente
Pensou que a Primavera
Existiria eternamente
Mas num esforço audacioso
Tentou novamente rejuvenescer
E neste entretém ganancioso
Acabou por esmorecer
Não pensou no que lhe disseram
E deu largas à sua fértil imaginação
Mas os tempos não pararam
E ficou sobre um alçapão
Saiu à rua em desespero
Mas só encontrou desilusão
Vagueando de erro em erro
Não encontrou solução
Mas teimosa como era
Não desistiu facilmente
Andando sempre atrás de uma quimera
Envelheceu precocemente
Ao sentir-se enxovalhada
Pensou nos tempos passados
E ficou envergonhada
Por ter perdido tantos amados
Mas acabada a Primavera
Eis que chega o Outono da vida
E ela agora venera
Tudo o que acontece em contrapartida